A Palm se consolidou no mercado no início da década de 90 quando lançou os primeiros PDAs (Personal Digital Assistants) rodando o seu sistema operacional Palm OS. O primeiro modelo, o Pilot 1000 chegou em 1996 trazendo novidades como um sistema de reconhecimento de escrita chamada Graffiti e a tela touchscreen, que é usada em conjunto com a caneta stylus para acessar menus e entrada de dados. Todo mundo queria ter um Palm, e o nome da empresa acabou se tornando sinônimo de mobilidade e avanço tecnológico, graças à difusão dos seus simpáticos PDAs.

Antes da Palm, só a Apple havia lançado um PDA com algum sucesso, o Newton, em 1993, mas que foi descontinuado em 1998.

Como o mundo da tecnologia não para, outras empresas começaram a lançar seus sistemas operacionais concorrentes, e o Palm OS foi ficando para trás. Há alguns anos a Palm estacionou no tempo com sua linha de Handhelds. Usuários e fãs da empresa esperam uma nova versão do sistema operacional Palm OS, no entanto eles ainda são obrigados a utilizar um sistema sem novidades, mesmo em modelos recentes. A saída da Palm foi passar a usar o Windows Mobile, para ficar atualizada e não perder mercado, mas esse passo não foi bem aceito pelos usuários tradicionais do Palm OS, que se sentiram traídos.

O lançamento de novos modelos da Palm simplesmente inexiste, e se existe são modelos que nada trazem de novo, como o “novo” Treo 500v. Um aparelho simpático no seu tamanho, mas que não traz absolutamente nenhuma novidade. Enquanto Apple, Microsoft e outras menos conhecidas como HTC procuram inovar em tecnologia e design, a Palm estacionou.

A situação é tão dramática que alguns produtos são cancelados com pouco tempo de vida, sem substitutos, como foi o caso do Life Drive, um produto fantástico se tivesse sido lançado há anos atrás. Grande, pesado e com um mini-hd interno, o Life Drive já nasceu problemático com diversos bugs, o que só acelerou a sua curta existência.

Outros modelos sequer chegam a ser lançados e são cancelados antes de chegarem às lojas, como o Palm Foleo, grande mico do ano. O produto não tinha lugar no mercado, nem no bolso dos usuários de smartphones, nem… em lugar nenhum! Apresentado como o “mobile companion”, o produto que parecia um notebook, só servia de auxílio para usuários da linha de smartphones Treo da Palm, servindo de tela e teclado para leitura e edição de e-mails e documentos. O Foleo tinha o sistema operacional Linux no seu interior porém não poderia conter outros programas, ou alguma forma de armazenamento que pudesse expandir suas funções.

A Palm se esqueceu que US$500, o preço do Foleo seria vendido, era bem próximo de um notebook completo nos EUA. O resultado foi o cancelamento do Palm Foleo antes do seu lançamento.

O mercado de Handhelds está sendo rapidamente esmagado pelo de smartphones. Hoje é fácil e barato comprar um celular que consegue checar e-mails, acessar sites na internet e enviar mensagens de MSN.

Novos modelos de PDAs precisam ser celulares, pequenos e com recursos wireless: smartphones completos! Recursos como o Wi-Fi está presente em todos os notebooks lançados atualmente, até mesmo nos mais baratos, mas a Palm insiste em lançar novos modelos sem o recurso. A Palm precisa, urgentemente, inovar sua linha de smartphones, trazer novidades que surpreendam os usuários saudosos que possuíam um Palm III e se orgulhavam de tirá-lo do bolso com a sensação de estar segurando a última palavra em tecnologia.

Francisco Pires